Números 20
Normalmente encontramos na narrativa da trajetória do povo de Israel alguns embates sofridos pelo povo de maneira coletiva. Neste capítulo, Moisés acaba de perder a sua irmã. Essa perda é algo que abate Moisés, pois Miriã morreu e foi sepultada fora da terra prometida. Caminhar na direção de Deus não nos isenta de perdas. No lugar onde eles acamparam nem água tinha e o luto não foi respeitado, o povo estava em conflito. Moisés estava em um quadro de crise em todos os âmbitos. Diante de toda essa pressão e caos, Moisés teve uma atitude. Ele não gritou com o povo, mas se prostrou com o rosto em terra diante do Senhor. E nesse momento podemos imaginar que os seus sentimentos se misturaram. Dor, revolta, medo, sentimento de perda, saudade, dependência, tudo estava envolvido ali. Ninguém conseguiu entender a dor de Moisés; o povo estava mais preocupado com a sua própria sobrevivência. Mas quando Moisés se lançou diante de Deus, a glória do Senhor apareceu a ele! Deus nos visita nos nossos momentos de dor e crise quando nos colocamos diante dele.
Deus apareceu e trouxe uma direção para Moisés. Porém, Ele também o pôs à prova. Moisés teria que pegar a vara e falar à rocha. Moisés orou, Deus respondeu, mas ele obedeceu parcialmente. Muitas vezes falhamos na execução da resposta de Deus. Muitas vezes queremos que o caminho de Deus seja pela mesma estrada em que trafegam os nossos sentimentos. Queremos que Ele use os nossos sentimentos como instrumento para o milagre e Deus não precisa disso. Deus não ordenou a Moisés que falasse com o povo; era pra falar com a rocha, porém ele a feriu duas vezes.
Moisés estava irado, mas sabia que a água sairia daquela rocha. No entanto, crer é mais do que simplesmente fazer no lugar certo, é fazer do jeito certo. Moisés não entendeu que Deus não queria apenas fazer um milagre, mas também honrá-lo diante do povo por meio da sua palavra, não por sua força. Ele desperdiçou essa benção.
O que nós queremos? Apenas um milagre ou a plenitude daquilo que Deus preparou pra nós? Moisés não iria mais entrar na terra prometida. Ele conquistou o agora, mas prejudicou o seu futuro. Podemos chegar à benção por diversos caminhos, pela força, pela ira, pela nossa revolta. Deus está nos testando e pode nos colocar diante de situações com uma vara na mão, onde poderemos exercer o nosso juízo. Ele não opera na ira do homem e na sua vingança para manifestar o seu poder. Tem gente complicando a plenitude da benção. Deus não apenas abençoa, Ele quer dar honra a quem recebe a benção e quer que o nome dEle seja glorificado.
Não misture a estratégia de Deus com a sua revolta ou com sentimentos feridos. É o Senhor quem nos julga e nos justifica. Nem sempre a vara que Deus deu é para ser usada. Existem momentos em que Ele vai operar na nossa submissão. Diante do milagre e da provisão de Deus os inimigos se calam. Ninguém precisa ver que somos fortes, o Deus que está em nós é forte, é Ele quem faz as águas brotarem de acordo com a sua palavra. De que adianta conquistar tudo e ser visto como um desequilibrado?
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Deus, acalme o meu ânimo e faz sossegar a minha alma. A tua Palavra me diz que o Senhor não opera na minha ira e na minha própria justiça. Tu és quem julgas nossas causas. Não quero fazer a coisa certa do jeito errado. De acordo com a tua vontade, o milagre acontecerá e todos verão o que o Senhor fez em mim. Amém.
Mensagem Pregada por Pastor Jodson Gomes
Texto adaptado por Luane Alves.