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Obesidade Infantil: Seu filho pode estar comendo problemas.

Hand boy check heart by stethoscope

Você sabia que, de acordo com Organização Mundial de Saúde, a obesidade infantil , está entre as doenças que mais crescem no Brasil?

Uma a cada três crianças brasileiras de cinco a nove anos está acima do peso. E isso gera consequências importantes tanto para a saúde física como a saúde emocional da criança, o que pode comprometer sua qualidade de vida até a fase adulta.

Para os especialistas, o sedentarismo, o consumo excessivo de comida industrializada, açucares e refrigerantes estão entre as causas mais importantes do problema.

Porém , para termos uma compreensão mais abrangente da obesidade infantil precisamos conhecer dois conceitos diferentes de fome: A fome física e a Fome Emocional.

A Fome física, ou do estômago, é a fome fisiológica; é quando nosso organismo da sinais de que precisa ser reabastecido para continuar suprindo nossas necessidades nutricionais. A fome emocional é a que sentimos quando não temos fome fisiológica, ela surge por uma necessidade de conforto e pode ser provocada por sentimentos como tristeza, raiva, frustração, ansiedade, e até mesmo depressão. Normalmente ela aparece repentinamente, junto com a sensação de urgência de comer alguma coisa muito calórica, geralmente, alimentos ricos em gordura e açúcar, que provocam uma sensação imediata , porém momentânea de prazer e satisfação.

A fome emocional está diretamente ligada ao tipo de relação que desenvolvemos com a comida e o que esta significa para nós.

Desde que nascemos aprendemos a associar a comida a momentos reconfortantes e que trazem felicidade. Quando bebê, somos amamentados por nossa mãe e, ao mesmo tempo que nos alimentamos, sentimos o maior prazer e aconchego do mundo! Ao longo de nosso desenvolvimento, nossas celebrações familiares mais importantes, como aniversário ;natal; casamento; etc., são marcadas por momentos de muita alegria regados com muitas guloseimas. Esses momentos jamais se apagarão de nossa memória afetiva.

Usar a comida como recompensa de um bom comportamento , como prêmio ou presente, também é bastante comum em nossa cultura.

De acordo com Geneen Roth, autora do livro, “LIberte-se da fome emocional”, todas as pessoas, em algum momento da vida, usam o alimento para saciar um problema emocional. Isso é normal. O problema é quando nos tornamos reféns desse comportamento e agimos repetidamente guiados por nossas emoções a ponto disso nos causar problemas ligados à saúde ou ao peso.

Por trás da obesidade infantil pode existir uma enorme fome emocional.  Assim como nos adultos, a obesidade na infância pode estar relacionada a fatores como o estresse, ansiedade, e até mesmo a depressão. Ignorar a influência dos fatores emocionais sobre o ganho de peso exagerado da criança é perder uma chance valiosa de compreender melhor o problema e encontrar formas mais efetivas de tratamento.

Doenças como : Diabetes,  problemas ortopédicos, colesterol alterado, estão entre as consequências  que a obesidade pode deixar na saúde física de uma criança. Tão graves quanto, seriam os prejuízos de ordem psicológica, como :  Bullying, baixa autoestima, depressão, ansiedade , isolamento social, etc.

Como posso identificar a fome emocional em meu filho?

Para responder essa pergunta deve ser feita uma analise cuidadosa de como a criança tem se comportando em  seu contexto familiar e social; como ela expressa seus sentimentos; e qual a forma da família gerir seus conflitos e emoções.

Se seu filho se mostra muito ansioso quando vai se aproximando o momento da refeição; se sente necessidade de comer alimentos hipercalóricos, como as famosas “porcarias” todos os dias e o tempo todo; se ele tem a sensação que a fome nunca passa e vem ganhando peso além do esperado para sua idade e altura , é bom ligar o sinal de Alerta.

Preste atenção em como vai a saúde emocional de sua família. Situações como o luto; doença de alguém muito próximo; brigas constantes entre os pais, ou qualquer outro evento ou mudança significativa pode estar diretamente ligadas ao ganho excessivo de peso na criança.

A tarefa dos pais na prevenção e combate a obesidade infantil , além de promover hábitos de alimentação e estilo de vida saudáveis, precisa contemplar também a educação emocional. As crianças precisam ser ensinadas desde o primeiro ano de vida a  lidar com suas emoções, aprendendo a reconhecer e a expressar seus sentimentos de uma forma assertiva e saudável.

Dar o exemplo é sempre a melhor lição. As crianças certamente irão reproduzir o modo como seus pais lidam com os  próprios sentimentos e emoções.

Quanto antes o problema for identificado, mais fácil será revertê-lo. Não espere seu filho atingir a obesidade. Se há sobrepeso , é preciso intervir rapidamente.  Busque ajuda médica, nutricional e psicológica. O tratamento para prevenção e combate a obesidade será pouco eficaz se não envolver os fatores emocionais da doença.

Por Juliana A. Muniz Moreira

 

Psicóloga especialista em Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes.
Palestrante e Atuante no trabalho com Famílias e Orientação Psicológica Online.

CPR 08/07547

julianamunizm@gmail.com

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