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Entre 30 e 40 presos fugiram da cadeia de Cambé na madrugada deste domingo. A capacidade do local é para abrigar apenas 54 detentos, mas no momento da fuga estava com 193.
A Polícia Civil confirmou que alguns dos internos conseguiram escapar pelos fundos, parte que fica ao lado do Fórum da cidade.

Segundo o delegado titular da delegacia de Cambé, Roberto Fernandes de Lima, os detentos cavaram um túnel na galeria principal, que estava com 159 presos, embora a capacidade naquela galeria fosse de apenas 32 presos. “O agente de plantão efetuou disparos de advertência para cessar fuga, mas alguns saíram”, lamenta. A delegacia possui outras duas alas, das quais uma é feminina.

Policiais militares de Londrina foram acionados para dar apoio às equipes de Cambé. Até o início da manhã de domingo, quatro elementos foram capturados. A contenção dos detentos foi realizada com disparos de tiros, caso contrário havia risco de mais detentos conseguirem escapar. Um dos presos foi atingido na perna.
Até o final da manhã, a polícia ainda não havia realizado a contagem dos presos. “A preocupação é isolar o local onde fica o túnel para que o local possa ser concretado amanhã”, afirmou Lima.
A equipe de reportagem da Folha chegou a cruzar com viaturas em alta velocidade atrás de fugitivos até em Arapongas.

Um funcionário de um estabelecimento comercial que fica nas imediações falou que nem estava sabendo da fuga quando foi alertado por um vigia que trabalha no local. “Ele falou que durante a madrugada teve muita movimentação, com várias viaturas circulando pelas proximidades”, declarou. Ele relatou que não sabe qual direção os detentos seguiram.

Em 2014, presos renderam um agente e 64 internos conseguiram escapar. Na época a cadeia estava com 169 presos. No ano passado, em fevereiro e outubro houve tentativas de fuga, mas elas foram frustradas pelos agentes.

Segundo o tenente Emerson Castro, da Comunicação Social do 5° Batalhão de Polícia Militar, este não é um problema atual, mas que perdura há bastante tempo. “Não são somente os presos que sofrem com a superlotação das cadeias e dos presídios, mas também os agentes penitenciários, carcereiros e policiais que convivem com a expectativa de rebeliões e de fugas. É justamente destas fugas que decorrem a tomada de reféns e morte de policiais nas DP’s, e, como no caso de hoje, confrontos”, critica.

Ele questionou o baixo efetivo de pessoal para cuidar dos detentos. “Como ter controle de presos numa cadeia superlotada se há poucos agentes públicos e as instalações não possibilitam este controle? Como explicar a entrada de tantos celulares, drogas e armas dentro das cadeias?”.

Castro ressalta que é um trabalho perdido, já que o policial que se esforçou em tirar um bandido das ruas vê seu trabalho sendo em vão quando constata a fuga destes presos, que novamente estará aumentando as estatísticas de crime com a reincidência destes foragidos. “Todo o trabalho deverá ser refeito em prol da segurança da comunidade”, argumenta.

Segundo o tenente, soluções imediatistas ocorrem a fim de solucionar o problema da superlotação como exemplo: as audiências de custódia e a liberação através de tornozeleiras eletrônicas. “Estas medidas não têm solucionado o problema da superlotação e ainda tem aumentado o registro de crimes. Esta verdade é decorrente da impunidade gerada por estas medidas”, critica.

Ele reforça que todos estes problemas de segurança tem desaguado na cobrança das autoridades policiais, principalmente da PM, não observando quem cobra soluções que a raiz dos problemas de segurança pública se estendem além do policiamento preventivo e repressivo. “O problema exige mudança de medidas e condutas de outros órgãos públicos, inclusive de leis”, aponta.

“Se nosso país não reformular as leis, as instituições públicas, a educação e cultura do povo, estaremos sujeitos ao poder paralelo que está ganhando força através do crime organizado.
O país precisa de mudança! Mas mudanças que beneficiem quem trabalhe e gente honesta.”, conclui Castro.

(colaboraram Rafael Machado, Marcos Zanutto e Ricardo Chicarelli)

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